DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS

            Um espaço, como por exemplo o Brasil, possui vários tipos de clima e relevo, sendo que esses possuem algumas semelhanças quanto a vegetação, solo, clima, etc. E para compreendermos corretamente cada um desses locais, é necessário que sejam feitas considerações isoladas, pois precisamos distinguir um local do outro. O geógrafo Aziz Ab’Saber denominou essas classificações de domínios morfoclimáticos.

            Portanto, domínio morfoclimático é o conjunto de elementos naturais (relevo, clima, vegetação) que estão relacionados e interagindo, formando uma paisagem individualizada. 

            Os domínios morfoclimáticos brasileiros foram determinados pelo geógrafo Aziz Ab’Saber. Para isso, ele agrupou as formas de relevo junto com a predominação climática. Como o Brasil possui uma vasta extensão territorial, Aziz destacou seis domínios morfoclimáticos, que são: Domínio Amazônico, Domínio dos Cerrados, Domínio dos Mares de Morros, Domínio das Caatingas, Domínio das Araucárias e Domínio das Pradarias.

            Há também as faixas de transições, que são regiões que apresentam dois ou mais elementos típicos, que são: Pantanal, Agreste, Cocais, etc.

Domínio Amazônico:

            Situado na região norte do Brasil, é a maior extensão de terra do Brasil, portanto também é a maior região morfoclimática, possuindo uma área de aproximadamente 5 milhões km². O domínio ainda conta com a Floresta Amazônica e com o rio Amazonas (a maior bacia hidrográfica do mundo). Por ser muito extenso e possui ainda a Floresta Amazônica, o domínio Amazônico possui uma grande e variada fauna e flora. O domínio é formado por planícies, planaltos, depressões e planícies aluviais. 

            Um grande problema acontece no domínio, pois há uma grande quantidade de queimadas e desmatamentos no local, e, além disso, está sendo vítima de agricultores que plantam soja e cana-de-açúcar e também há atividades pecuárias que estão degradando o solo. A exploração desenfreada destrói o ecossistema do local e também há as indústrias mineradoras que despejam muitos produtos químicos nos rios e solos. 

            O Domínio Amazônico quase não possui habitação, pois o local é de difícil acesso e permanência. Mas o governo pretende implantar sistemas para aumentar a população nesse local. 

            Por possuir a maior bacia hidrográfica do mundo, o domínio utiliza principalmente o transporte pela rede fluvial e um pouco aéreas. O transporte rodoviário praticamente não existe. 

            Os tipos de matas encontrados no Domínio são: iaipó (regiões alagadas) e várzea (regiões inundadas ciclicamente). As espécies de árvores encontradas são: seringueira, castanha- do-pará, carnaúba, mogno,etc. Quanto a fauna, destacam-se: peixe-boi, boto - cor-de-rosa e onça-pintada. Também possui muitos orquídeas e a vitória régia.

Domínio dos Cerrados: 

            Encontrado nas regiões centro-oeste, sudeste e nordeste. Possui uma extensão de aproximadamente 45 milhões de hectares, sendo o segundo maior domínio por extensão. É formado por vegetação típica do cerrado, como arbustos e árvores de médio porte, que possuem galhos e troncos retorcidos e com casca grossa. O domínio também tem a Chapada de Guimarães e dos Veadeiros. O clima do local é Tropical e possui verões chuvosos e invernos secos. 

            O solo dos cerrados é pobre em nutrientes, o que acaba limitando a vida de espécies vegetais. 

            Devido a toda a sua característica, o cerrado atraiu muito os agricultores que começaram um processo de plantação de soja e agropastoril, com isso, o solo passou por um processo de degradação ambiental. Outro fator que contribui para a degradação ambiental foi o grande desenvolvimento, fazendo com que passasse por construções de rodovias.

Domínios dos Mares de Morros:

            Recebe o nome devido ao relevo ondulado que possui. Vai desde o sul do Brasil até o estado da Paraíba, possuindo uma extensão de aproximadamente 1.000.000 km². É neste domínio que está situada a Mata Atlântica, que possui muitas espécies de plantas. 

            Possui ecossistemas como os Campos de Altitudes, os Mangues e as Restingas. Como o nome já diz, é marcado por muitos morros e as rochas do local normalmente estão em decomposição. O clima do local é tropical litorâneo úmido e possui alta taxa pluviométrica. 

            Este domínio é o que mais sofreu com a degradação ambiental desde o começo dos tempos. Começou a ser devastado pelos portugueses, devido a extração do Pau-Brasil. Após, o domínio passou por uma grande expansão das atividades agrícolas. E hoje em dia, como o local é muito povoado, há pouca vegetação e resta pouco da Mata Atlântica, fazendo com que o governo faça programas para preservar a floresta.

Domínio das Caatingas:

            As caatingas estão localizadas no nordeste brasileiro e possuem uma extensão de aproximadamente 850.000 km². O clima é predominantemente quente e semi-árido, com baixas taxas pluviométricas. As vegetações típicas do local são as xerófilas, como por exemplo a cactácea, que tem a capacidade de sobreviver a ambientes secos e com pouca água. 

            O relevo do local é muito desgastado e rebaixado e os solos tem caráter pedregoso e pouco fértil. A hidrografia é marcada por rios temporários, pois no local chove pouco, mas pelo domínio passa um dos maiores rios, que é o São Francisco. O domínio apresenta vegetações diferentes como o agreste e o sertão. 

            O local é pouco povoado, devido ao clima desértico, e os habitantes partem para povoar locais que são mais favoráveis a ocupação. 

            O local não é muito devastado, levando em consideração que possui pouca povoação. Portanto é utilizado para a agricultura e criação de animais, sendo que é necessário uma irrigação artificial para as plantações.

Domínio das Araucárias:

            Localizado na região Sul do Brasil, ocupa uma área de aproximadamente 400.000 km². A Floresta das Araucárias também é conhecida como Floresta dos Pinhais. O clima do local é subtropical, com temperaturas mais baixas que os outros domínios. 

            A vegetação típica e nativa do local é a araucária, também chamada de pinheiro-do-Paraná, que se encontra em altitudes elevadas, sendo um fator muito importante para o ciclo da planta. As árvores podem chegar a medir 30 metros e as raízes são muito profundas. 

            Resta pouco desse domínio, pois a araucária é muito procurada para a produção da celulose. No local também há muitas plantações agrícolas que degradaram o solo do local. Felizmente, atualmente a araucária é protegida por um lei estadual do Paraná.

Domínio das Pradarias:

            Este domínio é marcado pelos pampas, que se encontram no Rio Grande do Sul. A vegetação típica do local são os campos, que contam com herbáceas e gramíneas, e os relevos são baixos. A extensão das pradarias é de aproximadamente 80.000 km². O clima do local é subtropical com invernos rigorosos. O local é pouco povoado.

            O domínio possui reservas biológicas de grande importância como a Reserva Biológica de Donato e o Parque Estadual do Espinilho. Um grande problema do local é o começo da formação de um fenômeno que associa as pradarias a desertos. Isso ocorre devido ao fato de o homem utilizar indevidamente o solo para plantação e também há as queimadas, formando montanhas de areia que rapidamente se espalham pela superfície. Se não for tomada alguma providência, daqui a algum tempo as pradarias vão estar parecidas com desertos.